Desejo Feminino

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Que o outro saiba quando estou com medo e me tome nos braços sem fazer muitas perguntas e apenas me faça companhia.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos se precisar ficar um pouco quieta.

Que, se estou apenas cansada, o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda e ouse ficar comigo um pouco ao invés de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade, mas talvez por culpa ou até acomodação.

Que, se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo de que é culpa dele, ou que não o amo mais.

Que, se estou numa fase ruim, o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde, nem fique dizendo: "olha que estou tendo muita paciência com você". 

Que, se me entusiasmo por alguma coisa, o outro não a despreze nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.

Que, se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro - filho, amigo, vizinho, parente, marido - não me considere sempre disponível e necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que embora às vezes me esforce, não sou e nem devo ser a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa ... uma mulher! 

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